Janeiro Roxo: especialista explica sintomas, diagnóstico e tratamento sobre hanseníase
Brasil ocupa segunda posição mundial em número de diagnósticos pela doença
O mês Janeiro Roxo é dedicado à conscientização sobre a hanseníase, uma doença infecciosa crônica, transmitida por contato próximo e prolongado com pessoas infectadas que não estão em tratamento. No Brasil, a patologia ocupa a segunda posição mundial em número de diagnósticos, de acordo com o Ministério da Saúde. Por isso, o objetivo da campanha é promover informação, enfrentar o estigma e discriminação e incentivar o diagnóstico precoce e o tratamento da doença.
De acordo com a médica do Serviço de Dermatologia do Hospital São Lucas da PUCRS, Dra. Clarissa Prati, é importante diagnosticar a doença precocemente, pois a hanseníase é uma patologia contagiosa. “Pessoas em contato muito próximo dos casos diagnosticados tem possibilidade de serem contaminados”, ressalta.
Sintomas de atenção para buscar ajuda profissional
Manchas brancas, avermelhadas, acastanhadas ou amarronzadas
Alteração da sensibilidade térmica, dolorosa ou tátil
Comprometimento dos nervos periféricos
Áreas com diminuição dos pelos e do suor
Sensação de formigamento ou fisgadas, principalmente nas mãos e nos pés
Nódulos no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos
Além dos sintomas citados, a especialista ainda destaca que pode haver um sinal característico da doença, que é a redução da sensibilidade, causando, principalmente, dor ao tato, toque e calor. “A bactéria que causa a hanseníase afeta não só as células da pele, como também pequenos nervos”, explica.
Como acontece a transmissão da hanseníase
A doença é transmitida de pessoa para pessoa através das vias aéreas superiores. Quando uma pessoa doente, na forma infectante e sem tratamento, tosse, espirra ou fala, ela libera pequenas partículas contendo a bactéria que causa a doença. Para que a transmissão ocorra, é necessário que outra pessoa entre em contato próximo e prolongado com essas partículas. Objetos pessoais do doente não são considerados fontes de transmissão. “Vale destacar que pessoas com hanseníase paucibacilar, ou seja, com uma quantidade menor de bactérias no organismo, apresentam um risco menor de transmitir a doença”, explica a especialista.
Como é feito o diagnóstico da doença
Os casos de hanseníase são diagnosticados por meio do exame físico geral dermatológico e neurológico para identificar lesões ou áreas de pele com alteração de sensibilidade ou comprometimento de nervos periféricos, com alterações sensitivas e/ou motoras e/ou autonômicas. “Nesse processo, é recolhido uma amostra da pele onde seja possível analisar as alterações no microscópio e em estudos específicos”, detalha Dra. Clarissa.
Desde 2023, é disponibilizado pelo Ministério da saúde o teste rápido para detecção da hanseníase. “É importante que as pessoas que convivem com os doentes façam esse teste para acompanhamento e avaliação de cada caso”, diz Dra. Clarissa.
Tratamento para hanseníase
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece o tratamento completo e gratuito para pessoas com hanseníase. Esse tratamento é realizado em unidades básicas de saúde e não exige internação hospitalar. A cura da hanseníase é possível através da Poliquimioterapia Única (PQT-U), que consiste na combinação de três medicamentos: rifampicina, dapsona e clofazimina.
Essa associação é fundamental para evitar que a bactéria se torne resistente aos medicamentos, garantindo assim a eficácia do tratamento. A duração do tratamento varia de acordo com a classificação da doença: seis meses para a hanseníase paucibacilar (PB) e doze meses para a hanseníase multibacilar (MB). “É importante destacar que os medicamentos utilizados são seguros e eficazes, e que a transmissão da doença é interrompida logo no início do tratamento. Além do paciente, familiares, amigos e colegas de trabalho também devem procurar atendimento médico para realizar o exame e iniciar o tratamento, caso seja necessário”, completa a dermatologista.
Saiba mais
Em caso de sintomas ou alterações no quadro de saúde, procure um médico dermatologista ou um serviço de saúde. O Serviço de Dermatologia do Hospital São Lucas da PUCRS reúne especialistas em dermatologia e oferece serviços como dermatologia clínica, cirurgia dermatológica, oncologia cutânea, entre outros. Com uma estrutura completa, a Instituição ainda conta com um Laboratório Clínico e um Centro de Diagnóstico de Imagem para diagnósticos precisos e tratamentos eficazes. Saiba mais sobre o serviço pelo telefone (51) 3320.3000.