Fevereiro laranja: mitos e verdades sobre o mês de conscientização e combate à leucemia
Especialista explica causas da doença que podem estar relacionadas a fatores genéticos e ambientais
03 de Fevereiro de 2025
A campanha Fevereiro Laranja aborda a conscientização sobre a prevenção, diagnóstico e combate à leucemia. A doença é um tipo de câncer do sangue que afeta milhares de brasileiros todos os anos e, de acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o número estimado de casos novos de leucemia para o Brasil - para cada ano do triênio de 2023 a 2025 - é de 11.540 casos, sendo 6.250 em homens e 5.290 em mulheres.
Como a leucemia se desenvolve
Este tipo de patologia acomete os glóbulos brancos do sangue, também conhecidos como leucócitos. Essas células são responsáveis por defender o organismo contra infecções, mas, quando afetadas pela leucemia, passam a produzir células doentes na medula óssea.
As células doentes da leucemia não conseguem combater as infecções de forma eficaz, o que deixa o paciente com a imunidade prejudicada e mais vulnerável a diversas doenças. Por isso, é fundamental que a leucemia seja diagnosticada precocemente e que o paciente receba o tratamento adequado o mais rápido possível.
Principais sintomas da doença
- Manchas roxas pelo corpo
- Sangramentos
- Cansaço e fraqueza
- Anemia
- Diminuição do número de glóbulos vermelhos no sangue
- Febre
- Dor nos ossos e nas articulações
- Infecções
Causas da leucemia
Na maioria dos casos, não é possível determinar as causas exatas da leucemia, mas a condição pode estar relacionada a fatores genéticos e ambientais. Além do histórico familiar, a exposição excessiva a substâncias químicas, radioterapia e quimioterapia são fatores de risco para a doença.
Como é realizado o diagnóstico da doença
O diagnóstico da leucemia é um processo abrangente que se inicia com uma avaliação clínica detalhada, conduzida por um hematologista. Durante a consulta, o médico irá revisar o histórico do paciente, seus sintomas e possíveis exposições a fatores de risco.
Em seguida, um exame de sangue, como o hemograma completo, é frequentemente solicitado para identificar possíveis anormalidades nas contagens sanguíneas. No entanto, a confirmação do diagnóstico requer a realização de uma biópsia da medula óssea, conhecida como mielograma. Este procedimento envolve a remoção de uma amostra de tecido da medula óssea, geralmente da região da bacia ou do esterno, para análise laboratorial.
De acordo com a hematologista do Centro de Oncologia do Hospital São Lucas da PUCRS/Oncoclínicas, Dra. Jalise Wolski, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado são imprescindíveis para aumentar as chances de cura da leucemia. “Quanto mais cedo a doença for detectada, maiores são as chances de o paciente responder bem ao tratamento e alcançar a remissão, que é quando não há mais células doentes no organismo”, explica.
Para esclarecer alguns mitos e verdades sobre a doença, a hematologista pontua quais afirmações são consideradas verdadeiras ou falsas:
“Só criança tem leucemia”
Mito. “Na verdade, a leucemia pode ocorrer em todas as idades, apesar de ser o câncer mais comum na infância”, pontua.
“Anemia pode levar a leucemia”
Mito. “A leucemia costuma se apresentar com quadro de anemia, pois a medula está doente e não tem capacidade de produzir células boas, então o paciente pode estar anêmico, mas não quer dizer que a anemia pode se transformar em leucemia”, explica.
“Existe diversos tipos de leucemia”
Verdade. “Existem diversos tipos da doença, divididos em células cometidas, podendo ser mieloide ou linfoide, ou na gravidade de apresentação da patologia, se aguda ou crônica”, destaca.
“Leucemia não tem cura?”
Mito. “Como quaisquer tumores, a leucemia quando diagnosticada precocemente tem grandes chances de cura. A doença possui tratamentos específicos com medicações disponíveis para cada tipo de leucemia em que, na maioria dos casos, podemos curar de forma total a patologia”, afirma.
“Paciente em tratamento precisa ficar isolado”
Verdade. “Na maioria dos casos, o paciente é submetido ao tratamento com quimioterapia e durante as sessões o paciente pode ter sua imunidade afetada, correndo risco de contrair infecções facilmente. Por isso, é importante que em algum momento durante a jornada de tratamento o paciente fique em isolamento para sua segurança e bem-estar", finaliza.